quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pah, perde lá, mas não é bem bem perder...

No passado fim-de-semana cheguei a uma conclusão interessantíssima acerca do uso corrente de uma expressão.
Estava eu num bar a beber uns copos com uns amigos, quando um deles, que tinha acabado de ter uma daquelas conversas paralelas com uma rapariga que se levantou para ir à satisfazer uma necessidade fisiológica faz um comentário deste género:



"Mano, perco a cabeça ou não?"


Até aqui tudo bem. Um amigo a pedir conselhos a outro sobre relacionamentos amorosos não tem nada de anormal. Mas depois comecei a cogitar sobre o que ele me tinha dito e concluí que a pergunta albergava um contrasenso muito engraçado.

Senão vejamos: "perder a cabeça" implica, em termos semânticos, uma incursão no campo da irracionalidade (cabeça = razão; perder = errr...perder?).

Estão a acompanhar? Óptimo!

Contudo,se ele me perguntou se perdia, ou não, a cabeça, estava a racionalizar a sua "perda de cabeça", logo, a irracionalidade desta última, foi suplantada pela racionalidade que está implícita na questão.

Basicamente, se pensarmos em "perder a cabeça" não estamos na realidade a "perder a cabeça"!

Perceberam?

E ainda dizem que a quando as pessoas estão com os copos não conseguem fazer associações lógicas complicadas!
Pronto, se calhar ninguém diz isso, mas, se disserem, têm aqui uma resposta à altura!

humpf!

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